Casa Número Nada

“Casa Número Nada”, É um solo teatral e autoral desenvolvido através da pesquisa e experimentação processual, colaborativa com o público, que gerou uma dramaturgia autêntica e uma poética cênica singular.

O solo apresenta uma mulher que chega à sua casa e a encontra vazia/roubada. A encenação parte da súbita retirada de toda segurança material da personagem, que se depara com o vazio existencial de sua alma e se confronta com questões múltiplas que tratam do sistema capitalista de consumo, o “ter” versus o “ser”, a memória, o estado de coisificação que vivemos.

Renata se encontra no limite entre a razão e a loucura, procurando centrar-se na lógica da segurança material, apregoada por nossa sociedade, ao mesmo tempo em que entra num processo de revelação, resgatando suas memórias e levantando questionamentos íntimos. A partir de então seus sentimentos e emoções vêem a superfície e ela afirma outros valores para além de seus móveis, objetos, seguros e notas fiscais. Desta maneira, toda concepção dos elementos do espetáculo (cenário, figurino, iluminação e trilha) apresentam uma “economia essencial” que pretende questionar/dialogar sobre “O SENTIDO E FINALIDADE DA VIDA”. O ator e suas possibilidades corporais, vocais e subjetivas é o gerador da poesia da cena no espaço vazio.

A situação cênica gerada articula o fantástico à realidade. Todo o solo foi construído a partir de partituras físicas, ações cotidianas. Para tanto, técnicas como do teatro físico e a pantomima foram usados na construção da cena poética de“Casa Número Nada”. Paralelo à apresentação da cena, foi desenvolvida a pesquisa sobre “O papel do expectador/público tanto na recepção do espetáculo, como no processo de construção e apresentação do mesmo ( através do diálogo direto as percepções, críticas e comentá”rios da audiência foi  colaborador ativo desta construção working in progress).

SINOPSE
Em cena, uma jovem maquiadora, chamada Renata, chega em casa, após um cansativo dia de trabalho, e depara-se com seu apartamento completamente vazio/ roubado. Com a perda de suas referências materiais, a personagem fica no limite entre a razão e o devaneio, construindo hipóteses e resgatando sua própria história de vida. O texto mostra a busca de uma “identidade própria”, a partir do questionamento sobre seus valores e os da sociedade, na qual a realização e a plenitude são pautadas pelo consumo e pela posse de bens materiais. A peça apresenta uma abordagem sobre as relações entre o “ser” e o “ter”, articulando elementos realistas e fantásticos.

Ficha Técnica

  • Atuação e Criação: Mariana Freire
  • Direção e Criação: Fábio Vidal
  • Figurino: Rino Carvalho
  • Trilha Sonora: Luciano Bahia
  • Iluminação: Tuca Gomes e Mariana Freire